segunda-feira, 23 de junho de 2008

De regresso...

Bah, demorei pra voltar aqui! Não sei nem como não deletei o endereço, certa que nunca mais teria paciência pra escrever neste trem. Mas só foi despontar um episódio hipomaníaco, daqueles que teoricamente não ferem os direitos de sossego do meu próximo nem me mandam pra um manicômio, que meus dedos formigaram em direção ao teclado. E pensar que faz quase um ano! Bom se tudo que foi interrompido, pudesse ser retomado assim, em alguns cliques.

Sem mais delongas minha gente, vou contar meus passos, cambaleantes eu diria, desde o first day em 2007.

Como eu previa não foi difícil aceitar e entender a doença. Mas ela causou um estraaaaago, assim mesmo, com vários a's no meu relacionamento amoroso, familiar e social. O diagnóstico acalmou os ânimos de alguns, que por fim entenderam por que a Keila era assim, desesperou a outros, minha mãe por exemplo, deixou a maioria incrédula, suspeita e meteu medo nuns cabras que aliás, faz tempo que eu não vejo !
Uns 3 meses sofridos. Sofridos mesmo. Pra todo mundo! Desenvolvi anorexia. Deixei meu sócio enlouquecido. Minha filha aos prantos, até novos amanheceres que trariam a promessa de dias melhores.
Voltei às atividades normais e percebi que não eram mais normais pra mim. Quer dizer, eu nunca fui normal. Não dentro da normalidade esperada pelos outros. Mas foi diferente. Desesperador talvez. Eu me encontrei lúcida, morrendo de medo do que havia dentro de mim. Me identifiquei com os AA's : " Só hoje Senhor! Me ajude a vencer só hoje."
Aí começou uma luta solitária e desenfreada pra me ajeitar dentro das reações adversas da medicação e tentar me conhecer, aprender a desengatilhar as armas que me faziam entrar em episódios dilacerantes com ciclagens que deixavam meu médico inquieto.
Recompuz, aos trancos e barrancos e com a ajuda de muita gente, meu cotididiano profissional enquanto perdia o grande amor da minha vida, meu marido, que havia me segurado em casa em crises que só eu e ele conhecemos, que havia amado uma louca bipolar enquanto o mundo inteiro oferecia coisas bem mais atraentes por aí. Escorreu pelos dedos. Perdemos o contato até a sua internação no dia 29 de janeiro, uma terça-feira, de 2008. O último "amo você". Dito com sofreguidão, sinceridade e uma vontade enorme de voltarmos atrás e fazermos tudo diferente.
Ele faleceu na madrugada do sábado, 02 de fevereiro, 4 dias depois do internamento, vítima de Miocardiopatia.
Reticências falariam mais do que qualquer palavra agora.

2 comentários:

Sandra disse...

OI AMADA!!!!
HJ ESTAMOS LONGE NOS FALAMOS POUCO MAIS JÁ VIVEMOS MUITAS COISAS JUNTO.EU TE AMO MUITO E O DESEJO MAIS PROFUNDO DO MEU CORAÇÃO E QUE NOSSO PAI LHE FORTALEZA PARA QUE VC VENÇA E POSSA SER FORÇA PRA OUTROS QUE PASSAM PELA MESMA LUTA.
SEI QUE VC É FERA EM TUDO O QUE FAZ E COMO UMA FERA TENHO CERTEZA QUE VC ESTÁ LUTANDO E CONTINUARÁ LUTANDO PRA VENCER.
QUANDO VC PENSAR EM DESISTIR LEMBRE:" MAIOR É O QUE ESTÁ EM NÓS..." QUERO QUE VC NUNCA ESQUEÇA, QUE EU TE AMO DEMAIS,APESAR DA DISTÂNCIA EU TO AQUI TÁ???
MILHÕESSSSSS DE BEIJOS E COMO DIZ O HINO DA LUDMILA FERBER "NUNCA PARE DE LUTAR".

Kei Conci disse...

Sei que tua amizade sempre fez muita diferença. Mesmo quando nós não sabíamos do TAB ! !

Tive de você um amor que vai significar muito ainda.

Beijo Sam e obrigada pela força.

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