
Quantas vezes você foi seduzido por aquilo que queria ver, e não pelo que realmente estava à sua frente?
Quantas vezes você acreditou que o que era ruim até um minuto atrás, poderia ter se tornado perfeito e reluzente?
Quantas vezes você esperou pela presença curadora de alguém em que você projetou a solução das suas agonias?
Por comodismo ou medo do novo, nos acostumamos com a neblina de um relacionamento capenga, um trabalho não-compensador, uma vida emocional mal resolvida.
O momento em que estes dois elementos, juntos ou não,superam a vontade de sair da fossa, é a hora certa pra fazermos grandes bobagens na vida.
Acreditar na retomada com o ex-namorado por exemplo.
Ao invés da doce ilusão de todo início de relacionamento, o que volta é a mágoa, dobrada, que nos deixa chorosos, raivosos e pedindo explicação aos céus por aquilo.
Sexo fácil, livros de auto-ajuda, ombro de amigos, dezenas de filmes no final de semana, auto-piedade e nada da explicação chegar. E não adianta encher os “ouvidos do mundo” com perguntas, por que a resposta está na sua testa ( ou em qualquer lugar que você possa enxergar) : você sofre por que é besta.
Dias, meses de brigas e sofrimento e mesmo assim continuamos lá, dando murro em ponta de faca,tentando desesperadamente transformar dois monólogos em um diálogo, feliz e agradável, além de tudo.
O receio do novo, desconhecido, nos impede de sentir a alegria que é saber que existe vida além da dor de cotovelo e do cheiro do outro. Esqueça! Aqueles sapatos faziam calos!
O tom – seu e dele, inclusive dos que estão à tua volta – nunca será o mesmo. O passado só é bonito porque já foi.
Vai acabar tudo em decepção se tentar igualar o presente às doces lembranças gravadas na sua mente.
Nada nem ninguém é tão imprescindível que não pode ser esquecido.
Ele te ensinou coisas bacanas? Te mostrou um mundo diferente do seu? Ótimo. Guarde isso, mas está na hora de criar um gate control pras tuas emoções.
Pra que calçar aqueles sapatos de novo? Aprenda: se não é o número certo, ou cai no meio da rua ou faz calo. Mesmo!
Levante a âncora, crie uma comporta que estanque a retomada insana ao passado, porque quem anda olhando pra trás, tropeça, e o pior, perde toda a paisagem.
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